Mariza in Athens

by Nicos Legakis
www.goculture.gr, November 27, 2007


A magnificent voice finally meets with the Greek audience at Pallas Theatre.


When, as a youngster, Mariza used to tell her friends she liked to sing fado most of them told her that this music is just for old people. Brought up by a Portuguese father, who always preferred male to female vocalists, and a Mozambican mother who brought her closer to various music traditions such as African or Brazilian, Mariza Reis Nunes had to explore diverse musical paths before taking the role she's in nowadays - that of the modern priestess of fado. With a luggage full of world acclaim and a powerful wish to perform before the Greek audience, Mariza sings for a unique evening at Pallas Theatre, Athens, on November 26.

Born in Mozambique, Mariza returned to her father's homeland in 1977, after the fall of the Salazar regime. Her family settles in Mouraria, which along with Alfama, Madragoa and Bairro Alto constitute the Lisbon districts where the urban song of Portugal was born. At that time fado was already in a rather difficult position because of its unfortunate connection with the dictator who chose fado, soccer and the Virgin Mary as means to reinforce the nationalistic conscience of Portuguese people - the Fado, Futebol and Fátima triplet still appears to haunt the country of big discoveries, many years after the transformation of its political reality. As a consequence Mariza reduced her activity regarding the music she loves the most with the exception of her unprogrammed appearances in her parents' tavern.

Later she further limited her contact with the genre to becoming simply a listener. She traveled to Brazil in search of the sound that suited her and left fado behind. As soon as she returned after some six months she began performing in casinos and piano bars and cultivating her vocal abilities in diverse genres such as pop, jazz and soul. Eventually, a series of accidental meetings brought her to Senhor Vinho, one of the most renowned Fado houses of Lisbon. Its owner, distinguished fadista Maria da Fé, gave her the opportunity to perform there regularly on Mondays and Maria Lisboa became her theme song which Mariza still sings in the context of her live shows throughout the world.

Like many artists in Portugal she was confronted by the skepticism inside her own country, so she decided to release her first album under a Dutch label. Soon, Fado em mim (2001) will turn triple platinum.
From that point on things took the path that led Mariza to what she is today: an internationally established fado and world music singer. A priestess? A fado princess? A Diva? For sure an important vocalist whose performance can move practically anyone, anywhere.

Mariza e as 7 Maravilhas Portuguesas

www.edp.pt, Novembro de 2007


Apoiar o património cultural e os valores nacionais, patrocinando e promovendo manifestações culturais e o desenvolvimento da produção artística nacional, com realce para o incentivo à formação de novos artistas, é um dos principais objectivos da EDP e da sua Fundação.

Prosseguindo este seu objectivo, a EDP tem-se preocupado por actuar de uma forma transversal no panorama cultural nacional, apoiando a conservação e o restauro do Património, por um lado, e patrocinando a Dança, Música, Teatro e as Artes Plásticas, por outro. É neste contexto que se insere o projecto de patrocínio das New 7 Wonders of the World e das 7 Maravilhas de Portugal, do qual nasce o projecto 7 Maravilhas EDP, apresentado em conferência de imprensa no dia 6 de Junho.

A EDP convidou 7 artistas plásticos para fazerem intervenções artísticas nas 7 maravilhas portuguesas, 7 músicos nacionais para inaugurarem as intervenções e o olhar de 7 fotógrafos numa exposição, que já decorreu no Museu da Electricidade.

Partindo de conceitos como luz, electricidade, energias renováveis, comunidade, efémero e arquitectura, enquanto pressupostos de desenvolvimento criativo, o projecto 7 Maravilhas EDP contará com a participação de:

ARTISTAS PLÁSTICOS: Ângela Ferreira, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, João Tabarra, Miguel Palma, Pedro Cabrita Reis e Susana Anágua.

MÚSICOS: Teresa Salgueiro, Paulo Gonzo, Pedro Abrunhosa, The Gift, Rodrigo Leão, Rui Veloso e Mariza.

FOTÓGRAFOS: Daniel Malhão, Duarte Belo, Eurico Lima do Vale, José Luís Neto, Luís Palma, Margarida Gouveia e Nuno Cera.


PROGRAMA

30 de Novembro de 2007 * PALÁCIO DE SETEAIS
Concerto de Rui Veloso (Mariza como artista convidada)
Obra de Miguel Palma

5 de Janeiro de 2008 * MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS
Concerto de Rodrigo Leão
Obra de Pedro Cabrita Reis

11 de Janeiro de 2008 * CASTELO DE ÓBIDOS
Concerto de Pedro Abrunhosa
Obra de João Tabarra

22 de Fevereiro de 2008 * MOSTEIRO DA BATALHA
Concerto de Teresa Salgueiro
Obra de Susana Anágua

7 de Março de 2008 * MOSTEIRO DE ALCOBAÇA
Concerto dos The Gift
Obra de Fernanda Fragateiro

18 de Abril de 2008 * CASTELO DE GUIMARÃES
Concerto de Paulo Gonzo
Obra de Ângela Ferreira

9 de Maio de 2008 * TORRE DE BELÉM
Concerto de Mariza
Obra de Joana Vasconcelos

Madeira Tecnopolo

de Odília Gouveia
Jornal da Madeira, 24 de Novembro de 2007


As portas do Madeira Tecnopolo abriram ontem à hora prevista, às 21h00, mas às 20h35 já uma extensa fila aguardava para entrar na sala de espectáculos para o concerto da fadista portuguesa Mariza com a Orquestra Clássica da Madeira (marcado para as 22h00).

Duas horas antes do concerto, Mariza concedeu uma entrevista à comunicação social, no Madeira Tecnopolo, na qual manifestou contentamento em participar nas comemorações dos 500 anos da Cidade do Funchal. «A Fátima Lopes (estilista madeirense, amiga de Mariza), já me tinha falado nas comemorações dos 500 anos da cidade do Funchal... É com muito prazer que cá estou», disse Mariza. Por outro lado, a artista adiantou que fará um intervalo de sete meses na sua agenda de concertos para a gravação de um novo disco, mas «fora de Portugal». Neste projecto, a artista incluirá músicas tradicionais mas com a sua «própria sonoridade». Sérgio Godinho, Rui Veloso, Ivans Lins e «provavelmente Maximiano Sousa» são alguns dos nomes apontados para o novo álbum. Ainda em relação ao concerto no Madeira Tecnopolo, Mariza disse que pretendia oferecer, na noite de ontem, «uma sonoridade fantástica», elogiando Rui Massena e os músicos da OCM.

O espectáculo, que juntou pela primeira vez em palco Mariza e a orquestra madeirense, foi indiscritivelmente um momento memorável. Logo à entrada em palco, Mariza foi aplaudida pelas cerca de 2.000 mil pessoas que esgotaram o Madeira Tecnopolo, num espectáculo integrado nas comemorações dos 500 da Cidade do Funchal e patrocinado pela TMN.

Há muito que este espectáculo era aguardado pelos madeirenses. A expectativa para ouvir ao vivo a fadista de "Ó Gente da minha terra" era enorme. A artista cantou e encantou com temas de “Concerto em Lisboa”. De certo que Mariza e a OCM arrebataram a assistência.

Cuatro Ases

de Carlos Galilea
El País, 14 de Noviembre de 2007



Tres gigantes del fado – Carlos do Carmo, con cerca de 70 años, Camané, en los 40, y Mariza, de 33 – cantando juntos en el patio de butacas, sin amplificación, Estranha Forma de Vida, de Amália Rodrigues y Alfredo Marceneiro, los dos mayores fadistas de la historia. Un final difícilmente repetible para la noche de la V Mostra Portuguesa inspirada por la nueva película de Carlos Saura.

Comenzó Camané, retraído, traje gris y camisa blanca, con la mano izquierda escondida en el bolsillo del pantalón y la derecha aferrada al micrófono. Una sensibilidad distinta, una voz profunda y una forma de interpretar que huye de lo espectacular. Cantó Triste Sorte, uno de sus fados preferidos, y abordó Loucura hasta que lo relevó Mariza ("Bendita esta locura de cantar y sufrir"), mientras él se retiraba discretamente del escenario. A Mariza le dio por el fado animoso con Transparente o Maria Lisboa, y a Patrick de Bana por bailar, que es lo suyo. Porque hubo un tiempo lejano, aunque hoy algunos se hagan cruces, en que el fado se bailaba.

Mariza y Miguel Poveda compartieron – ella en portugués, él en español – Meu Fado Meu ("Traigo un fado en mi canto. / Canto la noche hasta ser de día. / De mi pueblo traigo el llanto / en mi canto a Morería") en un encuentro para el recuerdo. Con miradas de admiración mutua: a Mariza casi se le saltan las lágrimas. Fado y flamenco, para restablecer vínculos afectivos – Amália se consideraba una cantante ibérica y admiraba a Carmen Amaya – entre dos formas genuinas de arte popular. El fado no tiene conservatorio ni se enseña en las escuelas, pero tiene maestros de los que aprender, y uno de ellos es Carlos do Carmo. Con Duas Lágrimas de Orvalho, Mariza le cedió el testigo al hijo de la gran Lucília do Carmo – ella fue quien le dio el consejo de cantar y cantar hasta que aprendiera –, que cuenta sus apariciones – bromea con que le han cambiado su whisky por agua – desde que su salud se tornó frágil. Carlos do Carmo se trajo versos de Saramago, Fernando Pessoa y Alexandre O'Neill, esos grandes poetas portugueses a los que han recurrido los principales fadistas. Música y poesía unidas en el fado. Recordó Um Homem na Cidade, el himno de Ary dos Santos ("Agarro a madrugada / como se fosse uma criança") que supuso una cierta renovación para el fado durante los años setenta, y Por Morrer uma Andorinha, fado esperanzado – triste, pero alegre, dijo –, que también está ya en la memoria colectiva de su país.

Amablemente irónico y sereno, caballero siempre, Carlos do Carmo encandiló al respetable, al que hizo acompañarle en Lisboa, Menina e Moça, una de sus canciones más conocidas. Fado es destino y el nombre de ese canto de orígenes inciertos que ahora está viviendo una segunda edad de oro. Y que tiene que ver con el carácter y la manera de estar en el mundo del portugués.

Pavilhão Atlântico, Lisboa * 3

Concerto de Mariza com a Orquestra Sinfonietta de Lisboa e Carlos do Carmo, Rui Veloso, Ivan Lins, Tito Paris e Filipe Mukenga
Pavilhão Atlântico, Lisboa
8 de Novembro de 2007
Fotografia de Mariza Conceição Cardoso

www.olhares.com/vulcao

Pavilhão Atlântico, Lisboa * 2




Concerto de Mariza com a Orquestra Sinfonietta de Lisboa e Carlos do Carmo, Rui Veloso, Ivan Lins, Tito Paris e Filipe Mukenga
Pavilhão Atlântico, Lisboa
8 de Novembro de 2007
Fotografias de José Goulão

Pavilhão Atlântico, Lisboa * 1





Concerto de Mariza com a Orquestra Sinfonietta de Lisboa e Carlos do Carmo, Rui Veloso, Ivan Lins, Tito Paris e Filipe Mukenga
Pavilhão Atlântico, Lisboa
8 de Novembro de 2007
Fotografias de António José Ribeiro

Mariza arrebata Pavilhão Atlântico

Diário Digital / Lusa
www.diariodigital.sapo.pt, 9 de Novembro de 2007


Mariza não arrecadou o Grammy Latino para o qual estava nomeada mas arrebatou quinta-feira à noite as 14 mil pessoas que esgotaram o Pavilhão Atlântico, em Lisboa.


Em Las Vegas, o Grammy para o qual estava nomeada foi para os Gaiteiros de San Jacinto, da Colômbia, anunciou a fadista em palco, tendo sido imediatamente ovacionada pela assistência. «Como vêem, fiz bem em escolher ficar aqui», disse Mariza, interpretando logo de seguida um dos seus fados emblemáticos, «Oh Gente da Minha Terra» (Amália Rodrigues/Tiago Machado).

Mariza transformou o palco do Pavilhão Atlântico numa festa da lusofonia, partilhando-o com vários amigos, designadamente Carlos do Carmo, Filipe Mukemba, Tito Paris, Ivan Lins e Rui Veloso, com os quais interpretou diversos temas.

A fadista passou em revista vários dos seus sucessos, desde «Cavaleiro Monge» a «Transparente», passando por «Primavera» e «Meu Fado Meu». Mariza foi acompanhada pela Sinfonieta de Lisboa e pelos seus músicos habituais: Luís Guerreiro (guitarra portuguesa), António Neto (viola), Vasco de Sousa (viola-baixo) e Viky e João Pedro Ruela (secção rítmica). No final do concerto de cerca de duas horas, a fadista foi ovacionada de pé durante perto de cinco minuntos.

Atlântico esgota para ver Mariza

de Tiago Pereira
Diário de Notícias, 8 de Novembro de 2007



Mariza recebeu a notícia pouco depois de ter chegado a Portugal, vinda de uma gloriosa passagem por palcos americanos e da sua estreia ao vivo no México: o concerto que a "cantadeira de fados" tinha agendado para o Pavilhão Atlântico estava totalmente esgotado. Inicialmente previsto para o formato mais "intimista" da maior sala de espectáculos de Lisboa, o concerto vai acolher 12 500 pessoas. Hoje, a partir das 22.00, com a Orquestra Sinfonietta de Lisboa (dirigida por Vasco Pierce de Azevedo).

Mariza tinha projectado um espectáculo para o formato mais pequeno do Pavilhão Atlântico (para cerca de seis mil pessoas). Contudo, abrindo a sala à sua capacidade máxima, garante uma "noite de festa" (assim mesmo a cantora o anuncia), com Mariza nomeada para os Grammys Latinos que são entregues em Las Vegas após o espectáculo. Uma nomeação que esteve próxima de motivar o cancelamento do concerto mas que se revelou como tónico extra. A nomeação foi motivo suficiente para convidar, à partilha do palco, cinco músicos que tem como referência e influência: Carlos do Carmo, Rui Veloso, Tito Paris, Filipe Mukenga e Ivan Lins (com os dois últimos assina esta noite a sua primeira colaboração).

Uma "ponte lusófona" que Mariza entende como espelho da sua identidade pessoal e enquanto artista (nascida em Moçambique teve, já na bairrista mouraria, forte elo africano junto da família) e reflexo da Lisboa que continua a ver como sua casa.

Depois da pequena digressão Lugares com História (oito concertos em locais emblemáticos como a Fortaleza de Sagres, o Castelo de Palmela ou o Convento de Cristo em Tomar), Mariza faz da actuação no Pavilhão Atlântico a sua estreia em palcos lisboetas em 2007.


ANTES E DEPOIS DO ATLÂNTICO

Após passagens pelo Carnegie Hall e Disney Music Hall (que contou com um palco desenhado pelo arquitecto Frank Gehry), o regresso a Lisboa faz-se de simplicidade, com um palco que, além de dois ecrãs gigantes, procura apenas destacar a presença da protagonista da noite. Esperam-se duas horas de concerto que, além da orquestra e dos convidados, revelará uma Mariza acompanhada por Luís Guerreiro (guitarra portuguesa), António Neto (viola), Vasco de Sousa (viola baixo) e João Pedro Ruela (percussão). Entre a plateia espera-se a presença de alguns convidados especiais, como a família de Carlos do Carmo, já confirmada.

Integrado também na iniciativa da Comissão Europeia 'Dias Europeus do Desenvolvimento' (que decorre na FIL até sexta-feira), o espectáculo é um assumir dos compromissos estabelecidos por Mariza com a UNICEF, que a nomeou em 2005 como Embaixadora da Boa Vontade. Nesse sentido, parte das receitas da bilheteira do Pavilhão Atlântico (com mais de 12 mil entradas vendidas a preços que variaram entre os 12 e os 50 euros) revertem a favor da UNICEF.

Depois da noite de hoje em Lisboa, Mariza tem já agendados concertos em Bruxelas (Bélgica), no Palais des Beaux Arts (no próximo domingo), e na Holanda, primeiro em Amesterdão, no Muziekgebouw aan het (no dia 18), mais tarde em Tilburg, no Concertzaal (no dia 21). No dia 30, de novo em palcos portugueses, a cantora acompanha Rui Veloso na primeira data da digressão 7 Maravilhas, em Sintra. Para meados de 2008 aguarda-se a edição de um novo álbum (o quarto registo de originais), que terá produção assinada pelo espanhol Javier Limón, nome ligado ao flamenco e colaborações de Diego "El Cigala" e Bebo Valdés

Entrevista a Mariza

de Tiago Pereira
Diário de Notícias, 8 de Novembro de 2007



– Em dia de concerto no Pavilhão Atlântico pode também ser distinguida com um Grammy...
– A nomeação já é uma grande vitória. Pela primeira vez há um artista português nomeado. E espero que se abram portas para outros. Sei que tudo é possível, mas acho difícil podermos trazer já o Grammy para casa. Quando comparado com os mercados hispânico e brasileiro, o nosso tem muito pouca influência. Ainda que sejamos latinos.

– A noite de hoje vai comemorar também esta nomeação...
– Sem dúvida, uma festa e entre amigos da língua portuguesa. Porque ao saber da nomeação não consegui deixar de pensar no percurso que fiz: como foi possível? Mas, ao mesmo tempo, percebi que tudo faz sentido. Pela forma como temos batalhado Com grande vontade de vencer, de conquista, de mostrar que a cultura portuguesa é extremamente rica, que Portugal é um país com muito para dar.

– Esteve em digressão por terras americanas. Depois do Carnegie Hall ou do Disney Hall, o Pavilhão Atlântico ainda assusta?
– Actuar em casa é sempre fantástico. E o nervosismo é bem maior. Em casa a responsabilidade é acrescida. E trata-se da primeira vez que actuo sozinha, ainda que com alguns amigos, no Pavilhão Atlântico. Para grande surpresa minha, quando cheguei a Portugal soube que o Pavilhão estava esgotado.

– Um concerto como este requer alguma preparação especial?
– Acima de tudo, é necessária uma preparação mental muito grande. Depois do Royal Albert Hall, do Carnegie Hall ou do palco feito pelo Frank Gehry, no Walt Disney Hall, essa preparação já se faz de forma mais natural. Mas é sempre uma etapa fundamental.

– Nos palcos internacionais, a cultura portuguesa que procura divulgar é bem recebida?
– Muito. Até porque o público sabe muito bem o que quer ouvir, conhecem o fado e sabem o que um concerto exige e oferece. A maioria das pessoas não conhece a cultura portuguesa mas tem uma enorme vontade de descobrir. Termino muitas noites a fazer roteiros para pessoas que não conhecem Portugal. E faço questão de, sempre que possível, ter a tradução das letras, ainda que a música seja uma linguagem internacional.

– O regresso a Portugal, depois de uma passagem triunfante pelo estrangeiro, sabe a "missão cumprida"?

– Claro, mas o trabalho não termina aqui. Continua e será sempre cada vez mais, porque esse é o motor de tudo o que consegui até aqui. Sempre com a companhia do João Pedro [marido, manager e percussionista de Mariza], que me acompanha e trabalha bastante para concretizar os meus sonhos. Se alguém pensa que tudo é fácil quando se canta o fado, que bastam umas canções e uma vela no palco, estão bem enganados. Porque a verdade é dura, a cultura portuguesa implica muita responsabilidade, tem de ser feito de forma muito séria. Não se pode brincar.

Mafra_4

FASCINAÇÃO
(F.D.Marchetti / M.de Feraudy)

Mariza e Jaques Morelenbaum no JARDIM DO CERCO
Mafra, Portugal / 08 Julho 2007

Mafra_3

NÃO QUEIRAS SABER DE MIM
(Carlos Tê / Rui Veloso)

Mariza e Rui Veloso no JARDIM DO CERCO
Mafra, Portugal / 08 Julho 2007

Mafra_2

VERDIANINHA
(Manuel d’Novas)

Mariza e Tito Paris no JARDIM DO CERCO
Mafra, Portugal / 08 Julho 2007

Mafra_1

LOUCURA
(Júlio Campos Sousa / Frederico de Brito)

Mariza no JARDIM DO CERCO
Mafra, Portugal / 08 Julho 2007

Mariza encerrou digressão em glória

de Nuno Alegria
Jornal de Notícias, 1 de Novembro de 2007



Com um cenário propositadamente concebido pelo arquitecto Frank Gehry, inspirado nas tradicionais tabernas portuguesas, o Walt Disney Concert Hall acolheu o último dos 15 concertos que integraram a digressão norte-americana de Mariza. A colaboração entre a nova diva do fado e o renomado arquitecto norte-americano acaba por não surpreender, porque entre ambos existe uma amizade que remonta a 2002, quando Gehry se deslocou a Portugal para preparar o projecto de remodelação do Parque Mayer.

Tal como nas restantes actuações, a criadora de "Cavaleiro monge" (Fernando Pessoa/Mário Pacheco) optou por "uma postura mais intimista" ao fazer-se acompanhar apenas por guitarra portuguesa, guitarra clássica, viola-baixo e percussão. Ladeada por Luís Guerreiro, António Neto, Vasco de Sousa e João Pedro Ruela, a fadista portuguesa interpretou os principais temas da sua discografia perante uma plateia atenta que desembolsou entre 170 e 520 dólares para assistir ao concerto.

A 'tournée' mereceu uma atenção pormenorizada da imprensa local, O concerto no Mondavi Center, por exemplo, foi alvo de rasgados elogios do "Elk Grove Citizen", publicado na Califórnia. "Apesar de cantar em português, Mariza, cuja voz reflecte uma emoção incontida, conseguiu cativar a todos, por força da sua forte convicção. Ao fim de algum tempo, parecia que cantava para cada um de nós em vez de se exprimir num idioma estranho para a maioria", escreveu a jornalista Shannon Savage.

A celebrada fadista não terá muito tempo para assimilar o impacto da digressão, porque vai ter pela frente um mês promissor. No domingo, vai actuar pela primeira vez no México, no Foro Universal das Culturas, em Monterey. Quatro dias depois, regressa a Portugal para actuar no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, com Ivan Lins, Carlos do Carmo, Filipe Mukenga e Tito Paris. Nesse mesmo dia, a fadista compete na categoria de melhor álbum folk na edição deste ano dos prémios Grammy Latinos. Mariza disputa o galardão com Los Gaiteros de San Jacinto from Colombia, Los Muñequitos de Matanzas e Sones de México Ensemble.

Ao longo de uma carreira de uma década, Mariza já foi distinguida com vários galardões, nomeadamente o First Award - Most Outstanding Performance no Festival do Quebeque (2002), o European Border Breakers Award, no MIDEM em Cannes, em 2004 e, em 2005, o Prémio Amália Rodrigues Internacional.

Mariza lidera top nacional de vendas

de MRV
www.blitz.aeiou.pt, 31 de Outubro de 2007



A poucos dias do mega-concerto no Pavilhão Atlântico, em Lisboa (8 de Novembro), a fadista Mariza está em grande nas tabelas de vendas. O álbum Concerto em Lisboa ascendeu esta semana à liderança do top de álbuns (estava em 10º na semana passada). Editado em Novembro de 2006, o registo encontra-se há 51 semanas no top e é platina.

Mas além de Concerto em Lisboa , Mariza consegue também a proeza de se manter entre os mais vendidos com o primeiro álbum de originais Fado em Mim (quádrupla platina): o registo de estreia assegura esta semana o 20º posto da tabela. Transparente (terceiro álbum, dupla platina) conquista um respeitável 33º lugar.

Relativamente aos DVDs, a fadista conquista a vice-liderança com Concerto em Lisboa (platina) e sobe até ao 19º lugar com o também platinado Live in London . A estas conquistas não serão alheias as promoções de que os vários registos (áudio e vídeo) têm sido alvo.