Gent Jazz Festival

Concerto de Mariza
Gent Jazz Festival, Ghent, Bélgica
15 de Julho de 2010
Fotografias de Bruno Bollaert
www.volume12.net















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Mariza e Paulo Flores juntos em Angola

www.portalangop.co.ao, 19 de Julho de 2010

O concerto Angola-Portugal que decorreu domingo, no Estádio dos Coqueiros, em Luanda, juntou em palco numa só voz os artistas de ambos os países Mariza e Paulo Flores, tornando-se na grande surpresa e aplausos da noite.

O evento, uma promoção da Embaixada de Portugal por ocasião da visita de Estado do Presidente da República Portuguesa a Angola, Cavalco Silva, fez com que Mariza e Paulo Flores proporcionassem ao público presente dois temas em dueto.
De acordo com Mariza, o grande desafio será voltar a cantar com Paulo Flores mas, num estilo angolano. “Infelizmente interpretamos músicas que não são angolanas mas, um dia sei que poderei fazê-lo desde que não seja num dialecto angolano”, folgou com um sorriso nos lábios a cantora.

Segundo Mariza, Angola já não é uma grande novidade para si, visto que várias vezes tem vindo para aqui.“Mesmo vocês não sabendo eu venho muito para Angola”. Paulo Flores disse não ser a primeira vez que divide o palco com Mariza o que é para si uma grande honra.

O espectáculo contou ainda com a participação dos Calibrados, Big Nelo e com a encenação do grupo humorístico os Tuneza. As receitas da venda dos bilhetes do evento serão revertidas a favor do Hospital Pediátrico de Luanda.

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TE EXTRAÑO
(Armando Manzanero Canché)

Mariza no Escenario Puerta de Angél, Festival Veranos de la Villa 2010
Madrid, ESPANHA / 13 Julho 2010

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GUITARRADA

Ângelo Freire, Diogo Clemente e Marino de Freitas no Escenario Puerta de Angél, Festival Veranos de la Villa 2010
Madrid, ESPANHA / 13 Julho 2010

Veranos de la Villa_1



FADO MOURARIA

Mariza e Ricardo Ribeiro no Escenario Puerta de Angél, Festival Veranos de la Villa 2010
Madrid, ESPANHA / 13 Julho 2010

MARIZA ON THE ROAD

de Vanda Marques
Jornal I, 24 de Julho de 2010

Andámos na estrada com Mariza. Dormimos pouco, perdemos malas e vimos uma plateia belga rendida. Nos intervalos de uma digressão de três anos, a fadista já está a preparar novo álbum.


Sopa de tomate e melancia são o suficiente para Mariza aguentar uma conversa de duas horas sem intervalos. É meia-noite quando nos sentamos no bar do hotel NH no centro de Gent, na Bélgica. De óculos redondos a fazer lembrar Harry Potter, ou como a própria disse para evitar fotografias "o professor luneta", casaco bege e lenço ao pescoço, passa despercebida numa mesa cheia. Só o louro platinado, invenção do amigo Eduardo Beauté, que lhe cortou o cabelo na condição de experimentar a nova cor, a faz sobressair da algazarra dos portugueses. "Parecemos uma família de ciganos. Quando fico muito tempo em casa quero logo ir para a estrada. O silêncio chega a incomodar. Aqui é uma algazarra", diz Mariza. "Sinto falta desta adrenalina."

Trocam-se as primeiras palavras com os dez membros da banda. Aventuras em aeroportos são um tema inevitável. Uma das malas do i desapareceu para destino incerto e os músicos partilham as suas peripécias quase diárias. Multas de 4 mil euros por excesso de peso, guitarras partidas, violas enviadas para o destino errado e eternas explicações: "Não, isto não é uma bomba, mas sim uma máquina de efeitos." É raro o dia em que não têm de dizer aos seguranças dos aeroportos que a guitarra portuguesa não pode ir para o porão do avião, porque é insubstituível.

Jactos privados ou compartimentos especiais nos aviões são coisa de artista pop, explicam-nos. Mariza e a banda viajam em voos comerciais, lado a lado com o resto dos passageiros. Acumulam milhas como poucos, e no passaporte da fadista já só sobra uma folha. Fizeram 53 concertos este ano. Férias? Em Dezembro, explica a produtora Carmo Stichini.

Acabam de chegar de Madrid. O voo atrasou-se um par de horas. Quando pousaram os talheres do jantar já passava das onze. Na véspera tinham actuado na capital espanhola, com 35 oC, nada a ver com a chuva belga que os recebe para o Festival de Jazz em Gent. Esperávamos encontrar uma Mariza cansada e com pouca paciência para conversas. Nada mais errado. Ainda nos vão interromper algumas vezes para dizer que o bar tem de fechar. Mariza, 36 anos, insiste. Chega a pedir menos barulho aos músicos com um simples gesto e um olhar de mãe para continuar a conversa.


PELA ESTRADA FORA

Mariza explica-nos que não traz cabeleireiro nem maquilhador com ela e que ao contrário do que se possa pensar não anda com 50 vestidos. Para este concerto, traz um trólei com 40 cm de altura. Lá dentro cabe o vestido do concerto, os sapatos, acessórios e maquilhagem. "Ando com o mínimo possível. Sou eu que trato da bagagem. Está tudo planeado", avança e especifica: "Há um necessaire que não se mexe, um pijama que é lavado quando chego a casa e fica pronto. Os chinelinhos de quarto estão sempre no mesmo sítio. Na mala levo dois pares de calças de ganga, dois pares de sapatos, umas calças pretas, se houver um jantar, uma camisa e já está."

Os companheiros de estrada vão-se despedindo de Mariza. Desta vez, nem os mais novos, que costumam ir à procura dos bares de música, como Diogo Clemente (guitarra), Vicky Marques (bateria), Mário Capucho e Artur David (técnicos de som), resistem. Só Mariza não tem sono. "Durmo cinco horas. Se de tarde me dá uma moleza, encosto-me 15 minutos e chega." E exigências de estrela? "Não peço 50 toalhas e mil garrafas de água. Só chá e sopa. Gosto muito de beber chá e tenho cuidado com a alimentação. Não como carne vermelha e a partir das seis só sopas e fruta", conta. "Não é que queira ser magra. Tenho muitas intoxicações alimentares."

Isto não a impede de gostar de cozinhar e de dizer que adorava ter um programa de culinária. Foi através da comida que entrou no fado, a servir às mesas na taberna dos pais, na Mouraria, em Lisboa. "O meu pai sempre ambicionou que eu fosse cantora, o meu nome é de uma cantora brasileira, Mariza Gata Manso." A realidade superou os sonhos. Mariza já foi nomeada para um Grammy, venceu o Prémio de World Music da BBC, tem discos de ouro em países como a Polónia e actuou em grandes salas, como a Ópera de Sydney ou o Carnegie Hall, em Nova Iorque.

Para os pais ela não é a estrela que teve o arquitecto Frank Gehry a desenhar-lhe um palco, mas a mesma adolescente que durante semanas pediu uns sapatos de três contos à mãe - uma extravagância - e que põe a mesa do almoço de domingo. "Ajudo em casa dos pais, claro. Isso de não pôr a mesa deve ser para a Beyoncé." A mãe telefona-lhe todos os dias. "Sou filha única, sabe como é." Por seu lado, tenta protegê-los da exposição mediática "Os meus pais vivem no mundo normal para que quando eu chego tenha esse mundo."

Não ter tiques de estrela é um elogio que lhe vai ser feito depois do concerto em Gent, pela boca do jornalista Georges Tonla Briquet e da sua mulher. O belga entrevistou Mariza quando saiu o primeiro álbum, "Fado em Mim", há quase dez anos. "Ela não mudou nada depois de tanto sucesso. É uma voz impressionante."


BASTIDORES

São 11 horas quando os técnicos se encontram no lobby do hotel. "São os primeiros a chegar", explica Carmo Stichini, a road manager. "Para estar tudo pronto quando os músicos chegarem para o soundcheck." Carmo explica-nos que carregam 15 malas, cerca de 300 quilos, e para evitar azares há objectos tratados como o Santo Graal. "O microfone da Mariza, a guitarra portuguesa e partes imprescindíveis da bateria do Vicky, como a darbuka, vêm ao nosso lado no avião."

Quando chegamos ao recinto, Gilberto Gil, cabeça de cartaz dessa noite, está em palco a ensaiar. Vicky apressa-se a montar a bateria, como se fosse um puzzle. O baterista de 35 anos recorda a primeira vez que tocou com Mariza no concerto da Torre de Belém, em 2008. "Percebi que era outro nível. Foi avassalador. Mariza é muito profissional, não falha nada." A fadista, que largou a escola no 11.0 ano, cumprimenta Gil como uma velha amiga. Vem ensaiar o tema que combinaram cantar juntos, "A Paz".

No final do concerto, o ex-ministro da Cultura brasileiro apresentará Mariza como uma das melhores cantoras do mundo. "Quando o conheci, disse-lhe que também era africana. Ele respondeu: "Impossível. Tu és muito branca." De repente a minha mãe chegou e ele nem queria acreditar", recorda Mariza que deixou Moçambique com 3 anos. Desse tempo tem memórias vagas. Uma égua do avô, que montava com a ajuda de um empregado, e o pombal da casa.


NOVO ÁLBUM

Ainda não há muitos detalhes, mas Mariza vai ter um novo álbum e é o guitarrista Diogo Clemente que vai produzi-lo. "Como nos conhecemos bem é fácil ir trocando ideias na estrada. Até ao final do ano devemos ter tudo terminado", conta o guitarrista de 25 anos.

Às 15h30 começa o soundcheck. Não há espaço para brincadeiras. Mariza diz--se exigente e perfeccionista, mas os músicos garantem que ela tem sempre espaço para os ouvir. No meio do concerto há um tema instrumental só com os guitarristas. "Poucos cantores fazem isso", exemplifica o baixista Marino de Freitas, quase 50 anos.

A seguir ao ensaio, Mariza e Ângelo Freire, guitarra portuguesa, têm de ir a Bruxelas tratar dos vistos para a visita oficial do Presidente da República a Angola. A fadista, que começou com os Funkytown e actuou em casamentos e bares, conheceu Ângelo, o vencedor do "Bravo, Bravíssimo" em Itália, numa Grande Noite do Fado tinha ele 11 anos. Na brincadeira, trata-o por filho: "Não me largava nem por um segundo. Mas achei-lhe piada. É um talento."

Regressam às 19h30, a tempo de jantar e de Mariza se refugiar por 30 minutos no camarim. Quando sobe ao palco, sem recorrer a rituais, o público já está ao rubro. Batem palmas e vibram com uma língua que não entendem. Muitos fãs não são portugueses, como um casal inglês ou Ubi, de Gibraltar. Os três já assistiram a 43 concertos. Mas a manifestação mais inesquecível aconteceu durante um concerto na Holanda. Um doente terminal com cancro tinha um último desejo: conhecer Mariza. "Acabamos por fazer um espectáculo de uma hora só para ele", conta Marino.

Embaixadora da Unicef e membro da Associação Portuguesa contra a Leucemia, Mariza diz que queria ter mais tempo para ajudar, mas não consegue. Nunca quis ser nada. Queria simplesmente cantar. Será que se imagina a ser cantora uma vida inteira? "Não sei. Se falarmos daqui a 20 anos respondo-lhe. Mas nunca tive medo de trabalhar."

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JARDINS PROIBIDOS
(Pedro Malaquias / Paulo Gonzo)

Transmissão RTP
www.rtp.pt
Mariza e Paulo Gonzo no concerto Terras de Água, na Barragem do Alqueva
8 Julho 2010

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Ó GENTE DA MINHA TERRA
(Amália Rodrigues / Tiago Machado)

Transmissão RTP
www.rtp.pt
Mariza no concerto Terras de Água, na Barragem do Alqueva
8 Julho 2010

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OIÇA LÁ Ó SENHOR VINHO
(Alberto Janes)

Transmissão RTP
www.rtp.pt
Mariza no concerto Terras de Água, na Barragem do Alqueva
8 Julho 2010

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ROSA BRANCA
(José de Jesus Guimarães / Resende Dias)

SOLO DE PERCUSSÃO e BATERIA
(Vicky Marques)

Transmissão RTP
www.rtp.pt
Mariza no concerto Terras de Água, na Barragem do Alqueva
8 Julho 2010

Escenario Puerta de Ángel

Concerto de Mariza
Escenario Puerta de Ángel, Festival Veranos de la Villa 2010, Madrid, Espanha
13 de Julho de 2010
Fotografias de Ubi Rhodes-Malin
www.flickr.com/photos/nafaziram







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OBRIGADO

Gostaria de deixar aqui um forte abraço de carinho e cheio de amizade a todos que tornaram este espaço um local único sobre o meu trabalho. Não sei se estou a altura de tanto!

OBRIGADA UBI! OBRIGADA RICARDO! OBRIGADA A TODOS!
Pelas mensagens, pelas fotos, por tanta dedicação!

Obrigada pelas 100.000 visitas! PARABÉNS!

Beijos,

Mariza

Mariza e Paulo Flores actuam no domingo em Luanda

www.diariodigital.sapo.pt, 13 de Julho de 2010

O estádio dos Coqueiros, em Luanda, será palco de um concerto com a fadista Mariza e o mestre do Semba, Paulo Flores, no próximo domingo, dia em que o Presidente português, Cavaco Silva, chega a Angola em visita oficial. O concerto, que terá ainda em palco o angolano Big Nelo e os portugueses NuSoulFamily, é oferecido pela embaixada de Portugal, a propósito da visita de Cavaco Silva.

O embaixador português em Angola, Francisco Ribeiro Telles, descreveu hoje este concerto como uma forma de “mostrar a união entre os dois países” em cima do palco, dando corpo ao “momento alto das relações” de Luanda e Lisboa. Os quatro artistas, dois portugueses e dois angolanos, vão estar em palco em duetos.

A verba a realizar com a venda dos 15 mil bilhetes reverte para o Hospital Pediátrico de Luanda na sua totalidade, disse também o embaixador Ribeiro Telles. O cheque com a verba realizada vai ser entregue à direção do hospital por Maria Cavaco Silva quando visitar aquela unidade hospitalar – no dia 20, de acordo com um programa ainda a confirmar.

O concerto, com início às 18:00 de domingo, vai ter cerca de duas horas e meia, com apresentação do grupo angolano de humoristas Tuneza.

Mariza emociona al público en su cita en Madrid

Agencia EFE
ADN, 15 de Julio de 2010


La cantante portuguesa Mariza demostró con una brillante actuación enmarcada en la programación de los Veranos de la Villa porque se ha convertido en tan sólo una década en la fadista más reconocida a nivel mundial. La lusa -aunque original de Mozambique- logró emocionar con su interpretación al público que llenó el escenario Puerta del Ángel y que disfrutó, durante cerca de dos horas, de algunos de los temas más conocidos de su discografía y de la participación del cantante Ricardo Ribeiro.

Mariza (Mozambique, 1973), que se dio a conocer en 1999 en un homenaje póstumo a la diva portuguesa Amalia Rodrigues, abrió su concierto con "Já me deixou", uno de los temas de su último trabajo, "Terra" (2008). El álbum está producido por el español Javier Limón, que se encontraba entre el público y al que la cantante dedicó unas palabras de agradecimiento. Y del último pasó a su disco de debut, "Fado em mim" (2001), con la canción "Maria Lisboa", con la que consiguió los primeros coros de los espectadores. La comunicación con el público, al que se dirigió en español, no paró ya hasta el final de la noche. De ese primer disco también recordó temas como "Sr. Vinho" o "Barco negro", una contundente pieza en la que el trabajo de percusión de Vicky Marques, uno de los músicos que la acompañaba, fue el protagonista.

Antes de cantar "Meu fado meu", de su disco "Transparente" (2005), recordó que se trata de un tema que interpretó con su "querido" Miguel Poveda, cantaor con el que compartió el pasado junio, junto a la Orquesta Nacional, un concierto en el Auditorio Nacional de Música de Madrid. La mozambiqueña, aunque criada en el barrio lisboeta de Mouraria, volvió a su trabajo más reciente con temas como "Morada aberta", "Beijo de saudade", que interpreta en el álbum junto al cantante caboverdiano Tito Paris, o "Vozes do mar", en la que pone letra a un poema de Florbela Espanca, "la mejor poetisa portuguesa", dijo.

Tres de los cinco músicos que la acompañaban -Ángelo Freire (guitarra portuguesa), Diogo Clemente (guitarra acústica) y Marino de Freitas (bajo acústico)- ofrecieron un fado instrumental, "lo que en Portugal se conoce como guitarrada", explicó la cantante, que siguió con "Primavera", uno de sus "temas favoritos".

La artista, combinación de elegancia y simpatía, cedió el escenario durante unos minutos al portugués Ricardo Ribeiro: "Si hay una voz masculina destacable de la nueva generación de fado, es la de este amigo", comentó al presentarle. Ribeiro terminó su breve actuación de tan solo tres temas con "Moreninha da travessa".

La primera cantante portuguesa en estar nominada a los Grammy siguió con "un viaje por los ritmos tradicionales portugueses". Sonaron "Rosa branca", "Minh'alma" y "Feira de castro", tras la que recibió una larga ovación.

Volvió al sonido intimista con la famosa "Ó gente da minha terra". Y como regalo final, obsequió al público con un tema en español e interpretó de forma soberbia "Te extraño", del cantautor mexicano Armando Manzanero.

Destino fado

de M. Martínez García
Expansión, 14 de Julio de 2010


El fado como destino. Lo canta Mariza –forma parte de la letra del tema que grabó junto a Miguel Poveda para la película sobre el género musical luso por excelencia que rodó Carlos Saura– y nada se antoja más acertado aplicado a la vocalista nacida en Mozambique. La portuguesa actúo ayer en el escenario de Puerta del Ángel de Madrid dentro de Los Veranos de la Villa para deleite de los –más y menos– aficionados al fado que prácticamente llenaron el ingente aforo.

Su recital fue una gozada. Por su actitud cómplice con el público y, sobre todo, por sus cualidades como intérprete. Mariza apareció de morado, con una falda de volantes y, tras los primeros aplausos, desplegó, sin más preámbulo, un chorro de voz capaz –muy capaz– de tornarse susurrante gracias a un timbre repleto de registros.

Recogida en las canciones más intimistas –minoría en el repertorio– y muy activa en el resto, dedicó a su ciudad la segunda de la tarde: Lisboa sonó evocada como una mujer bellísima. Los espectadores no tardaron en acompañar con palmas, y es que los guiños al respetable por parte de la intérprete fueron constantes. Mariza puede además presumir de contar con músicos excelentes, mención especial para el percusionista, que se marcó un solo pleno de virtuosismo. No en vano, es precisamente la introducción de tambores y metales una de las más reconocidas aportaciones de la lusa al género. El fado instrumental, gracias a una 'guitarrada' a cargo de las tres cuerdas del conjunto, tuvo también su momento.

Ya hacia el final, y sorprendida por la presencia de entusiastas compatriotas entre el aforo, realizó un recorrido por los sonidos de su país. De la tierra que da título a su último disco, ése para el que grabó imágenes en las calles de Madrid, compartido con importantes artistas y producido Javier Limón, protagonista por unos instantes –a instancias de la cantante– del concierto. En 'O gente da minha terra', comentó anoche, ha recopilado sus vivencias tras nueve años de viajes constantes que le han impelido a transmitir las 'otras' musicalidades descubiertas. Principió ese viaje a través de los ritmos de Portugal por el Alentejo y concluyó con un tema del norte dedicado al vino. No faltó una composición tradicional, 'Fado primavera', que está entre las favoritas de la artista. La interpretó antes de dar paso a su invitado, Ricardo Ribeiro, considerado la más prometedora voz masculina del fado.

Después, de nuevo diálogo con el público. Divertidas referencias en portuñol al Mundial de fútbol y un sentido agradecimiento a la presencia masiva de espectadores. Personas que, reconoció, apuestan, en una época en la que lo oportuno parece restringir el gasto, por disfrutar de la música como alimento del alma. Y eso es lo que el buen hacer de Mariza sobre un escenario proporciona. La lusa realizó toda una declaración de intenciones al aludir a la creciente responsabilidad que asume cuando toma un micrófono. “Con cada respiración, quiero hacerlo mejor”, señaló.

El final fue una fiesta, con la concurrencia ya entregada, batiendo palmas y en pie. “Esta mujer sabe”, decía una de las espectadoras al salir, con una sonrisa en los labios, encantada, como todos. Claro que sabe. Pero, sobre todo, ¡qué bien suena! También, en castellano, idioma en el que entonó un canción.

En definitiva, una noche excelente en cuanto a la temperatura reinante –lo peor, la incomodidad de los asientos de Puerta del Ángel, aunque las dos horas de concierto se pasaron volando– que se tornó mágica gracias a una mujer, que es, hace mucho, sinónimo de fado. Ya lo dice el tema cuya referencia abría esta crónica: 'Meu fado', 'meu fado', 'meu fado'. Cada vez más, suyo.

Mariza, algo diferente

de Pablo Martínez Pita
ABC, 14 de Julio de 2010


Una cosa está clara: Mariza habla mucho. La comunicación con el público, ayer en el madrileño escenario Puerta del Ángel, fue constante. Tanto, que a veces frena el ritmo del recital. Pero bueno, la gente ha venido a divertirse y disfruta con la bromas y las introducciones a cada canción, con las palmas y los «¿están bien ustedes?».

La cantante de orígenes mozambiqueños no ha logrado introducirse en el «mainstream» español tanto como quisiera la multinacional que la avala, pero sí se ha ganado el respeto y el cariño de un buen número de aficionados —de una edad ya respetable, por lo que se pudo ver—, que reconocen en ella unas cuerdas vocales prodigiosas y una gran presencia escénica. Sabe moverse encima de las tablas y dotar a lo que canta de un sentido dramático, a base de gestos e inflexiones de voz. Su indumentaria acompaña el ritual: un vestido de noche largo morado tornasolado con falda de volantes asimétricos (para estas descripciones uno siempre requiere ayuda femenina).

Dio paso, en tres canciones, a Ricardo Ribeiro, un cantante de fados que dejó buen sabor de boca, pero que, vista su corta intervención, resultaba exagerado ponerlo con la misma tipografía y mismo tamaño de foto en los carteles que a Mariza.

Ahora mismo la cantante se encuentra en transición. En su más reciente trabajo discográfico, «Terra» (2008), ha abierto sus horizontes, desde el fado a nuevas sonoridades. Para ello recurrió al productor Javier Limón, que se hallaba presente en el auditorio, aunque no intervino en el concierto. El caso es que, durante el mismo, Mariza fue combinando temas antiguos con otros pertenecientes al nuevo ciclo, como son «Morada aberta», «Vozes do mar», «Tasca de mouraria» o «Rosa branca». Así, hay más lugar para la fiesta, incluso apelando a lo tradicional, como en «Minh’alma» o «Feira de Castro», que la alejan del clásico espíritu de «saudade». En algún momento la percusión podía meterse en ritmos africanos, brasileños o, casi casi, en el
heavy metal en algún solo. Pero, como queda dicho, el fado no puede dejar de estar presente, sobre todo con dos composiciones que ella domina: «Meu fado meu» y «Primavera». Sigue siendo su propuesta más emocionante.

Alameda do Mar

Concerto de Mariza com Ricardo Ribeiro e Tito Paris
Alameda do Mar, Ponta Delgada, Açores, Portugal
5 de Junho de 2010
Fotografias de André Frias
www.contratempo.com




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