Emoção e lágrimas no ‘Circo de Inverno’

de Daniel Ribeiro
Expresso, 27 de Setembro de 2008


No primeiro dos seus três concertos deste fim de semana, a fadista fez "tremer as cadeiras" e encantou as mais de duas mil pessoas que enchiam a histórica sala de espectáculos da capital francesa.


"Foi um espectáculo muito especial", disse Mariza ao Expresso, ainda visivelmente comovida, no fim de um concerto excepcional, ontem à noite, em Paris. A fadista tivera de cantar quase meia hora de "encores", forçada pelo público, que não parava de a ovacionar em delírio, de pé, com um carinho indescritível. As plateias do fabuloso monumento histórico construído há 156 anos estavam repletas de franceses, portugueses e lusodescendentes.

Quando interpretou "Primavera" e "Ó gente da minha terra", a emoção subiu ao rubro e poucos resistiram às lágrimas. Na lindíssima sala circular, a artista, que cantava na arena por vezes a um palmo da cara dos espectadores, não escapou ao contágio dos sentimentos, que chegou a ser arrepiante. "Nunca vi uma coisa assim, a emoção era tanta que até as cadeiras tremiam enquanto ela cantava esses dois fados com toda a gente num silêncio religioso!", exclamava, à saída, uma jovem de origem portuguesa.

Mariza e o público formaram como que um só corpo durante todo o concerto de cerca de duas horas. Este repórter só uma vez assistiu a um fenómeno idêntico em Paris - há vários anos, no último concerto de Amália Rodrigues, no Olympia. A fadista - que apresenta na capital francesa "Terra", o seu mais recente trabalho - não necessitou de recorrer aos "standards" do fado para conquistar a assistência. O único fado "histórico" que interpretou foi um soberbo "Barco Negro".

No espectáculo participou igualmente, como convidado especial, o músico de Cabo Verde, Tito Paris, que pôs toda a gente a cantar em coro "Sôdade de... Portugal", numa versão bastante original da célebre canção do seu país. Antes, Tito Paris interpretara com a fadista "Beijo da saudade".

"Foi um grande concerto, a Mariza entrega-se ao público de forma excepcional!", disse ao Expresso o embaixador de Portugal na OCDE, Ferro Rodrigues. Num momento de particular adesão do público, já nos "encores", Mariza dispensou o micro e cantou, como se estivesse numa pequena casa de fado, "Zanguei-me com o meu amor", acompanhada por Ângelo Freire (guitarra portuguesa) e Diogo Clemente (viola de fado). Marino de Freitas, no baixo, Simon Wadsworth, no piano e na trompete, e João Pedro Ruela e Vicky, ambos nas percussões, completam a banda que a acompanha em Paris.

Os três concertos de Mariza no Cirque d'Hiver (sexta, sábado e domingo) estão integrados no "Festival d'Ile de France" e são patrocinados em exclusivo pela Caixa Geral de Depósitos. No espectáculo de ontem, Mariza terminou exausta a dançar e a cantar "Rosa branca" num ritmo alucinante. Em peso, a assistência acompanhou-a com palmas e a bater o pé. Depois agradeceu-lhe longamente, com uma estrondosa ovação e alguns "merci". "Gostei muito deste concerto e gosto particularmente desta sala que me permite estar muito pertinho do público", explicou Mariza ao Expresso.

Avec Mariza, le fado retrouve son mouvement

par Patrick Labesse
Le Monde, 26 septembre 2008

Le Festival d'Ile-de-France, organisé du 5 septembre au 12 octobre dans les lieux de patrimoine franciliens, a choisi une thématique voyageuse pour sa 19e édition : "Les Finistères". Quoi de plus naturel dès lors que d'inviter Mariza, chanteuse de fado née au Mozambique en 1973 et élevée à Lisbonne, longtemps capitale de toutes les aventures ultramarines.

Cheveux ras et teints en blond, longiligne, arborant en scène des robes baroques et singulières, Mariza est en tournée française pour présenter son nouvel album, Terra, paru en mai. Elle commence par le Cirque d'hiver, à Paris, une belle bâtisse circulaire construite en dur en 1852, quand le fado était encore un nouveau-né, et où le festival dirigé par Charlotte Latigrat aime se lover, autant qu'il apprécie le fado, art poétique et flambant.

Chant de l'ombre et de la mélancolie, le fado, Mariza a commencé à le pratiquer dès l'âge de 5 ans dans la taverne de ses parents, à la Mouraria, quartier de Lisbonne, "où l'on vit tous les jours avec lui", dit-elle. Mariza a beau être aujourd'hui une vedette européenne, elle pose encore le châle sur ses épaules quand il s'agit de "recharger ses batteries" en allant chanter nuitamment dans des maisons de fado lisboètes. Elle a en revanche banni le châle sur scène, et avec lui les attributs fadistes du passé.
Le succès de Mariza tient à sa voix, et à sa capacité à créer de nouvelles formes tout en respectant ses fondamentaux. Ainsi brûle-t-elle sur l'autel de la modernité les postures statiques des fadistes aux yeux fermés, au profit de la danse, des ondulations. "A l'origine, le fado était dansé. Et puis le corps aussi parle. Avant, tous les moments importants de la vie passaient par la danse. Le fait que je danse sur scène, c'est peut-être également la conséquence de ces rythmes africains que je porte en moi."

BIFURCATIONS MUSICALES
Mariza s'émancipe des clichés, s'autorise des bifurcations musicales loin des codes, parfois. Terra est ainsi, selon la chanteuse, "le résultat de sept ans de voyage", durant lesquels elle s'est prise d'amitié pour des musiciens cubains (Chucho Valdes), brésiliens (Ivan Lins). Avec le Cap-Verdien Tito Paris, elle interprète Beijo de saudade, une morna du Cap-Verdien, mort en 1958 dans la misère, B. Leza, maintes fois chanté par Cesaria Evora. Terra a été produit par le guitariste espagnol Javier Limón.
Elle y chante, par ailleurs, en duo avec Buika, chanteuse, noire, de flamenco, née à Palma de Majorque et originaire de Guinée-Equatoriale. "Nous avons une histoire commune elle et moi. Du sang africain coule dans nos veines. Elle a grandi avec les Gitans et moi avec le fado. Le fado, je le respire", déclare Mariza, reine du Lisbonne métissé du XXIe siècle.

EN TOURNÉE
Le 30 septembre à Lyon; le 5 décembre à Chalon-sur-Saône; le 6 à Conflans-Sainte-Honorine.

Mariza, nouvelle icône du Fado

par Annie Grandjanin
Le Figaro, 24 septembre 2008


FADO
Depuis son premier album Fado Em Mim (sorti en 2001), Mariza, née au Mozambique mais élevée à Lisbonne, est devenue la nouvelle icône du fado. Avec son look de chanteuse pop, elle n'a cessé d'apporter une touche personnelle et résolument moderne à un genre qui menaçait de tomber en désuétude. Elle présente ici son dernier opus, Terra.

Faut-il y aller ? Absolument, car son approche du blues portugais séduit un public de plus en plus large. Et, cerise sur le gâteau, elle a eu la bonne idée d'inviter le chanteur et guitariste du Cap Vert Tito Paris.

MARIZA
Cirque d'Hiver / 110, rue Amelot (XI e ). Les 26 et 27 septembre à 20h30 et le 28 sept. à 16h30. Places: de 19 € à 27,50 €. Location aux points de vente habituels.

Teatro Nacional de Varsóvia * 2









.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Concerto de Mariza, no âmbito da visita oficial do Presidente da República Portuguesa à República da Polónia.
Fotografias de Mariza durante a actuação e com os presidentes dos dois países e as respectivas esposas, no final do concerto.
Teatro Nacional, Varsóvia
02 de Setembro de 2008
Fotografias da Presidência da República Portuguesa
www.presidencia.pt/polonia2008

Alameda das Palmeiras, Ílhavo












.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Concerto de Mariza
Festival do Bacalhau 2008, Ílhavo
23 de Agosto de 2008
Fotografias de António Rilo
www.flickr.com/photos/antoniorilo

Mariza, fado star

by Clive Davis
The Sunday Times, September 14, 2008


Mariza has taken fado from Lisbon’s backstreets to Womad and beyond.

How wrong can you be? The first time I saw Mariza in the flesh, five or six years ago, she was serenading a small crowd in the DJ Charlie Gillett’s cosy marquee at Womad, some distance from the main stage. Her singing was spirited, her audience rapt, yet I had no inkling that I was watching a star in the making. After all, fado - the traditional music of Portugal - has always been an acquired taste. In contrast to the sensuous cadences of the great Brazilian performers of our times, fado (which means “fate”) sounds harsh, austere and guttural. The lyrics, too, can seem as melancholy as the darkest and dankest of blues songs.

So, for all Gillett’s enthusiasm, there seemed to be limited opportunities for the newcomer, at least outside her native land. Fortunately, she was determined to prove the sceptics wrong. In next to no time, she was playing the QEH; by the end of 2006, she had outstripped most of her world-music rivals with a magnificent show at the Albert Hall, no less. The diva had landed.

This summer, in her home town, Lisbon, she was the centre of attention once again, at a concert to launch her elegant new album, Terra. Amid the crush of wellwishers and reporters in the foyer, we could catch a glimpse of some of fado’s leading song-writers and performers - including the stately, white-haired Carlos do Carmo. As ever, Marizadelivered an impeccable performance, dancing across the stage and indulging in occasional duets with the diminutive Cape Verdean singer Tito Paris and the Spanish “nu-flamenco” singer known simply as Buika (who came close to stealing the show on the impassioned Pequenas Verdades).

A triumphant night, all in all. If Mariza’s early albums gave ample clues to her potential, her most recent discs have been nothing short of triumphant. Transparente, released three years ago, created a memorable fusion of Portuguese and Brazilian styles, supervised by perhaps the most intelligent arranger-producer of our times, the cellist Jaques Morelenbaum. Concerto em Lisboa - again with Morelenbaum at the helm - provided a beguiling snapshot of her live show.
Now, with Terra, she digs a little deeper again, in a thoughtfully varied collection that ranges from slow-burning laments to a buoyant, folksy encounter with the towering Cuban jazz pianist Chucho Valdes. One of the most memorable tracks, Alfama, pays homage to the Lisbon neighbourhood that has long been a nerve centre of the fado tradition, while Beijo de Saudade is a stylish excursion into Cape Verdeanmorna, the music made famous by Cesaria Evora. Mariza is not in the business of serving up undemanding pop hooks; these are allusive, poetic miniatures interpreted with almost operatic verve.

“I had the idea for this album when I was doing the Transparente tour,” she says the day after the Lisbon show, sitting serenely in her hotel suite. “I was walking in Sydney. We’d been to so many places - Bangkok, Singapore, China - and I thought, ‘I’m seeing so many different things, and hearing so many different musicians and rhythms, but I miss my roots so much.’ So I decided the next album would be about ‘terra’ - my country, my land. It’s the heartbeat of a country. I’m respecting my language, my culture, but at the same time I’m bringing forward what I’ve seen in seven years of touring and recording.”

Away from the concert stage, Mariza cuts a poised figure, even in jeans. Without the gigantic heels and billowing dresses that she wears on stage, she looks rather more fragile, although those large, dark eyes and precise gestures still dominate the room. At first glance, you might take her for a classical actress. As she proved with Morelenbaum, she has a sharp eye for collaborators. For this project, she struck up a partnership with the Spanish producer and musician Javier Limon, who happens to be mentor to the aforementioned Buika. Mariza got to know him during a visit to Spain, then invited him to Lisbon to discuss her ideas.

“I wanted to see how he would respond to my kind of music,” she says, “so I put him in the middle of traditional fado singers, then showed him what I had in mind. Later, when we were about to record at his studio, he asked me to go to Madrid by car. It turned out that he had gone out and bought every Portuguese percussion instrument he could find. He wanted me to take them back for him. We had to pack in these huge bombo drums. We were like gypsies.”

The idea of blending cultures comes naturally to an artist who was born far from the metropolitan heart of her country, and whose ancestry includes German, Spanish, French, African and Indian forebears. She spent the first three years of her life in Mozambique. As the curtain came down on the Portuguese empire, her family moved to Lisbon, where they ran a taverna in a compact, traditional neighbourhood in the heart of that beautiful capital. Mariza was singing fado by the time she was five. In her late teens, peer pressure temporarily drew her away from folk melodies to more conventional fare, but she eventually returned to her first love. From her African mother, she also acquired a taste for more exotic artists, from Miriam Makeba to Cesaria Evora and Nina Simone. In her early twenties, her yearning to travel - inherited, it seems, from her footloose father - briefly took her to Brazil, where she immersed herself in the varied cultural landscape and made some money from singing.

At home, many younger listeners assumed that fado - dominated by the stark rhythms of the lute-like Portuguese guitar - was a symbol of Portugal’s long predemocratic slumber. Rightly or wrongly, its fatalistic strain was regarded as a throwback to an era many of the postrevolutionary generation regarded as hopelessly backward.

“Things were different then,” Mariza says. “It was unusual to sing fado outside your own neighbourhood. Intellectual people would come to hear the music, but they wouldn’t talk about it much. Now we have eclectic audiences, and you can hear fado in different places - restaurants and clubs. There’s a new generation learning the music. You realise this culture is not going to die.”

When her first albums began to attract attention abroad, there were mutterings - in Portugal and beyond - that Mariza was merely the result of clever marketing. Some traditionalists frowned at her theatrical style, a marked contrast to the static, pared-down approach of the pioneers. Others complained she was overshadowing more substantial talents. Over the course of five years, however, she has proved that she is no mere elegantly dressed mannequin. When she plays in Britain, it’s doubtful that many in her audience understand the meaning of the words she is singing. But they don’t need to: the voice tells them everything.

Mariza novamente nomeada para um Grammy

Agência Lusa
www.rtp.pt, 10 de Setembro de 2008


A cantora Mariza foi nomeada para a 9ª edição dos Latin Grammy Awards, com o seu último álbum, "Terra", na categoria de Melhor Álbum Folk, anunciaram hoje os representantes da artista em Portugal.


Trata-se da segunda vez que Mariza é nomeada para os Latin Grammy Awards - prémios atribuídos anualmente desde 2000, pela secção latina da National Academy of Recording Arts and Sciences norte-americana - depois de no ano passado ter sido seleccionada com o registo ao vivo "Concerto em Lisboa", também na categoria de Melhor Álbum Folk.

"Terra", o quarto CD de originais gravado pela cantora, que se encontra no top de vendas da Associação Fonográfica Portuguesa desde que foi editado, a 30 de Junho deste ano, e é já disco de platina, integrou por pouco uma das 49 categorias dos Latin Grammy Awards deste ano, destinada a premiar os melhores discos lançados entre 01 de Julho de 2007 e 30 de Junho de 2008.

A cerimónia de entrega dos prémios realiza-se a 13 de Novembro, no Toyota Center, em Houston, no Estado norte-americano do Texas.

Mariza no Pavilhão Multiusos de Guimarães

Agência Lusa
www.sapo.pt, 10 de Setembro de 2008


A fadista Mariza, que se encontra em digressão mundial, vai passar a 18 de Outubro por Guimarães, onde actuará no Pavilhão Multiusos.

O seu novo álbum, "Terra", editado no final de Junho, será a essência do espectáculo, embora o alinhamento retome alguns temas de discos anteriores.

Considerada uma das artistas portuguesas de maior prestígio internacional, Mariza tem sido distinguida, com inúmeros galardões em vários países do mundo (Portugal, Canadá, França e Alemanha, entre outros) e é detentora de um "BBC World Music Award".

Depois de "Transparente", editado em 2005, Mariza regressa com 14 temas originais num álbum produzido pelo espanhol Javier Limón e lançado no dia 30 de Junho. Mariza define o seu novo álbum como "orgânico" e "acústico", com um "ritmo contagiante".

Os bilhetes para o espectáculo custam entre os 20 e 35 euros (cadeiras VIP: 35 euros, 1/a plateia: 27,5 euros, 2/a plateia e bancadas: 20 euros) e estão à venda no Multiusos de Guimarães, lojas Mike Davis (GuimarãeShopping e Braga Parque), www.ticketline.pt, Lojas Fnac e Agências Abreu.

Mariza lidera top nacional há 10 semanas

www.musica.iol.pt, 10 de Setembro de 2008


«Terra», o novo álbum de Mariza, mantém pela décima semana consecutiva a liderança do top nacional de vendas. «Terra», editado a 30 de Junho, atingiu o galardão de platina no dia de edição, segundo comunicado da EMI Music Portugal.

Sucessor dos multiplatinados «Fado em Mim», «Fado Curvo» e «Transparente», «Terra», o quarto disco de estúdio de Mariza, foi gravado entre Lisboa e Madrid com a produção a cargo de Javier Limón.

Mariza foi a primeira artista portuguesa nomeada para os prémios Grammy, considerados como o maior galardão na área da música. A Latin Academy of Recording & Sicences nomeou «Concerto em Lisboa» na categoria de álbuns tradicionais (Melhor Disco Folk). No passado mês de Agosto, foi agraciada com a Medalha de Vermeil da Academia de Artes, Ciências e Letras de Paris, marcando presença «no panteão dos grandes, pelos relevantes serviços prestados às artes e culturas».

Praça de Touros, Vila Franca de Xira



.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Concerto de Mariza
Praça de Touros Palha Blanco, Vila Franca de Xira
30 de Setembro de 2008
Fotografias de Rodrigo Vargas
http://www.flickr.com/photos/satfl

Gouveia_2

PRIMAVERA
(David Mourão-Ferreira / Pedro Rodrigues)

Mariza em Gouveia
Gouveia, Portugal / 10 Agosto 2008

Gouveia_1

ROSA BRANCA
(José de Jesus Guimarães / Resende Dias)

Mariza em Gouveia
Gouveia, Portugal / 10 Agosto 2008

Mariza encerra Bienal de Dança de Lyon

www.correiomanha.pt, 05 de Setembro de 2008


Começa amanhã a Bienal de Dança de Lyon, um dos mais antigos festivais de dança do Mundo. O certame alterna com a Bienal de Arte Contemporânea, trazendo à cidade francesa um enorme número de artistas de alto gabarito. Este ano é o caso da portuguesa Mariza, que fará o concerto de encerramento.

O 25º aniversário do certame será celebrado com 42 companhias e 600 artistas vindos de 19 países e espera-se cerca de 85 mil espectadores. Guy Darmet, director da Bienal de Dança de Lyon, escolheu o tema ‘Regresso para a Frente’ como fio condutor de três semanas cheias de dança e música. Destaca-se a estreia de ‘Branca de Neve’, de Anjelin Preljocaj com figurinos de Jean-Paul Gaultier, e o ‘Grande Desfile’ – a maior parada da Europa, inspirada no Carnaval do Rio, que reúne uma quantidade significativa de bairros representados por 16 escolas.

Teatro Nacional de Varsóvia * 1

www.sapo.pt, 04 de Setembro de 2008

Prepara-se para cantar à capela. Como aprendeu a cantar o fado, quando era pequena, na Mouraria. Concentra-se antes de mostrar como cantava antes de terem inventado umas «coisas modernas» chamadas microfones. Silêncio, que se vai ouvir Mariza.

Anda de uma lado para o outro, como um pugilista que se prepara para um combate. Os guitarristas estão de pé, perna apoiada na cadeira. Aqui não há microfones. Mariza vagueia entre eles, encontra o tempo certo, arranca. Ali está, no Teatro Nacional de Varsóvia, Portugal sem artifícios, o fado português como ele nasceu, cantado na rua e nas tabernas.

É um hábito recorrente de Mariza nos concertos, e que muito agrada a quem a ouve. Cantar sem microfone, fazendo a voz ecoar pela sala. No Teatro Nacional de Varsóvia, a voz da fadista portuguesa chegou até Cavaco Silva e Maria Cavaco Silva, que assistiam ao concerto acompanhados pelo Presidente polaco, Lech Kaczynski, e a sua esposa.

A sala completou-se com membros da comitiva portuguesa nesta visita à Polónia, e também por muitos polacos. Entre eles estava Marta, a aluna polaca que há um ano aprende a falar português no liceu Ruy Barbosa,em Varsóvia. Decidiu aprender a língua de Camões depois do Euro2004. Ficou fascinada com os portugueses, pesquisou na internet, descobriu Mariza na rádio.

Na visita que Cavaco Silva faz por estes dias à Polónia e a Eslováquia, a grande embaixadora da cultura portuguesa tem um nome: Mariza. Sempre que o Presidente da República fala em levar a cultura de Portugal mais longe, fala de Mariza, a «nossa Mariza», como o caso de sucesso a seguir.

Varsóvia

RECURSO
(David Mourão-Ferreira / Tiago Machado)

Mariza no Teatro Nacional de Varsóvia
Varsóvia, Polónia / 4 Setembro 2008

O fado alegre de Mariza

de Pedro Guerreiro
www.regiao-sui.pt, 3 de Setembro de 2008


E se a nova embaixatriz do fado depois de Amália resolvesse fugir-lhe? Negando-lhe os cânones, dando um passo à frente? Foi precisamente essa improbabilidade que Mariza veio confirmar no concerto de encerramento do Allgarve Edition’2008, em Vale do Lobo.

O novo álbum "Terra" inicia o que Mariza considerou ser um novo ciclo, não esquecendo o seu percurso como fadista, mas dando-lhe novos contornos. Estas são, aliás, as músicas que Mariza "gostaria de ouvir", admitiu a própria no final do concerto.

Mariza assume no disco e em palco certa ruptura com o fado mais tradicional: em algumas músicas, chega a prescindir da guitarra portuguesa, substituindo-a pela bateria ou percussão, pelo piano, pela guitarra clássica ou flamenca. Os próprios convidados do disco são o resultado de um percurso eclético e de contacto com inúmeras culturas e sonoridades. O produtor do disco é o espanhol Javier Limón e nele participa o fadista Ricardo Ribeiro, mas também o famoso cantor de mornas cabo-verdianas Tito Paris, entre outros.

Em palco, a nova diva renega a pose de fadista. Não usa xaile, nem por breves segundos se vê taciturna e – blasfémia das blasfémias – dança. Dança o fado. À semelhança de alguns espectadores estrangeiros em contacto com a nova sonoridade, Mariza bamboleia-se ao som da música que, saberá ela melhor do que ninguém, não se dança. Mariza dança porque actuou em demasiados sítios para se conter em palco. Viu, ouviu e cantou para públicos que não sendo portugueses, dançaram, e dançou com eles.

Acontece que Mariza já não é (só) fadista. É uma estrela no universo da world music, e, mais do que isso, da música pop mundial. E também é isso que faz com que ela, cantando o fado, dance, pule e peça palmas. Ou que faz com que ela exiba um sorriso aberto e franco durante todo o concerto.

O fado? Triste? Mariza responde-nos.

AMIGOS 004 FRIENDS


.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Ubi and Mariza * 09/05/2008
PORTUGAL, Lisboa – Torre de Belém

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Nuno and Mariza * 09/05/2008
PORTUGAL, Lisboa – Torre de Belém


.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Jasmin and Mariza * 09/05/2008
PORTUGAL, Lisboa – Torre de Belém

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Julian, Mariza and Cléo * 29/07/2008
PORTUGAL, Cantanhede – XVIII Expofacic

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Sara and Mariza * 09/05/2008
PORTUGAL, Lisboa – Torre de Belém

Vila Franca de Xira_1

CHUVA
(Jorge Fernando)

Mariza na Praça de Touros Palha Blanco
Vila Franca de Xira, Portugal / 30 Agosto 2008