Mariza no Coliseu do Porto

texto de André Gomes
fotografias de Cristina Pinto Pinto
www.blitz.aeiou.pt, 30 de Outubro de 2009

Há um caso de amor entre Mariza e o público português. Ontem à noite, no Coliseu do Porto, a fadista contou que o pai nasceu em Cedofeita... Saiba como correu a noite.

Na primeira de duas noites no Coliseu do Porto, o inevitável: sala mais do que cheia para receber a fadista que mais fronteiras quebrou entre Portugal e o mundo nos últimos anos, Mariza.

Quando se abrem as grandes cortinas azuis do Coliseu, onde se projectava à chegava a palavra "terra", irrompe do palco um vulto esguio e alto – muito alto – que é o de Mariza, que enverga um longo vestido azul que amplia a sua rara aparência de fadista. Pouco depois abre a voz e o encanto do público começa ali mesmo, sem grandes segredos ou feitiços, mas com sintonia total.

O centro das atenções ali é o último disco Terra, mas o palco da confidência abre-se caracteristicamente pela primeira vez com "Maria Lisboa", da eterna Amália, deixando no ar um notório respeito pela história do fado. E depois as canções vão-se seguindo, e dali até ao final é possível ver e ouvir muitos elementos estranhos a uma noite de fado: um baixo em modo quase slap, uma bateria, músicos com headphones ou auriculares, um órgão da Roland, um trompete, solos de percussão. Tudo muito profissional e cuidado, tudo acontecido ao pormenor.

Às tantas torna-se um pouco difícil perceber quando começa o espectáculo e termina o concerto, apesar da qualidade inegável dos músicos e da voz tecnicamente perfeita de Mariza. O que falta por vezes é o espaço para o improviso e a espontaneidade. Entre arranjos mais ou menos felizes, Mariza apresenta um disco de amigos e de viagens em "Beijo de Saudade" (com cheiro a Cabo Verde, não fosse esta uma canção que partilhou com Tito Paris), canta Florbela Espanca no poema "Vozes do Mar" (que explora os elementos do mar, da saudades, de Portugal e de Camões), busca inspiração na dupla Carlos Tê e Rui Veloso em "Morada Aberta" e toca o fado mais tradicional numa das canções que lhe é mais querida: "Fado Primavera". Volta a Amália para uma versão surpreendente e algo incaracterística de "Barco Negro" – com mais percussão que o habitual – e não muito depois chega um muito celebrado solo de bateria, mais conhecido aos concertos de hard rock que aos palcos do fado.

Mas nos músicos que acompanham Mariza há um que se destaque pela juventude e pela técnica: Ângelo Freire, que ao lado de Bernardo Couto deixa descansados aqueles que temem pelo futuro da guitarra portuguesa. É ele que brilha no habitual momento de fado instrumental (que Mariza chamou e bem de "guitarrada"), que fugiu um tudo ou nada para o país vizinho e para o flamenco, é ele que guia a banda pelos ritmos folclóricos de "Feira de Castro". Mas isso não surpreende: não são raras as vezes em que Mariza deixa o fado resvalar para outros territórios, na tentativa, quem sabe, de o fazer sair da sua área de conforto e abraçar o mundo com outras pertenças e perspectivas.

Mas foi também o conforto que levou Mariza a contar a história da sua vida, a forma como chegou ao fado. As memórias de cantar na casa de fados dos pais no Bairro da Mouraria e de ficar para lá da hora permitida a observar da porta do seu quarto os movimentos do fado pela noite dentro. "Tasco da Mouraria" sintetizou essas recordações de infância e gerou uma intimidade que só foi ultrapassada quando já em encore Mariza e meia banda apenas se soltaram as amplificações, desceram o palco e fizeram do coliseu uma verdadeira tasca. No melhor dos momentos da noite, o fado quase silente obrigou a um silêncio de respeito e admiração por parte dos presentes.

Quando Mariza lançou o convite para um pezinho de dança e repetiu "Rosa Branca" mesmo no fechar a cortina já tinha passeado a sua voz pelos corredores do coliseu, saudando o público e levando-o a uma de várias ovações em pé; já tinha contado que o seu pai nasceu no Porto, mais precisamente em Cedofeita, e já tinha cumprimentado a sua tia que apesar da idade não recusou levantar-se; já tinha interpretado "Gente Da Minha Terra"; já tinha ganho o público há muito muito tempo. Esteve sempre ganho, aliás. Quem ali veio já sabia ao que vinha, apesar de Mariza ter demonstrado surpresa por ver tanta gente. Entre tantas surpresas, o público celebrou o fado de Mariza e a fadista fez a corte que se exige. É um caso de amor eterno e nada parece indicar que esta relação termine tão cedo.






















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Excerto da entrevista de Balsemão a Mariza

A entrevista foi feita para a edição comemorativa dos 25 anos da revista 'Blitz' e será transmitida na íntegra no próximo domingo, 1 de Novembro, na SIC Notícias.
A revista Blitz é posta à venda na sexta-feira dia 30 de Outubro.

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Mariza em produção fotográfica para a Caras

Mariza em produção exclusiva para a revista Caras.
Leia a entrevista na revista desta semana, número 742. Já nas bancas.

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Mariza actua nos Coliseus antes de regressar aos EUA

de Luís Filipe Rodrigues
Diário de Notícias, 28 de Outubro de 2009

Cantora apresenta 'Terra' ao vivo em quatro concertos praticamente esgotados, no Porto e em Lisboa. Este ano deve ainda ser editado em DVD um outro espectáculo.


É, há muito, um cliché dizer que Mariza é a mais internacional das cantoras portuguesas. Não deixa, contudo, de ser verdade. Os seus discos são editados um pouco por todo o mundo, actua ao vivo nos cinco continentes, já foi nomeada para os Grammys latinos em duas ocasiões, e chegou a actuar em programas televisivos de referência, como o Late show with David Letterman ou o Later with Jools Holland. Há já uns anos, foi a única portuguesa a actuar no Live 8. Agora, a cantora traz o seu mais recente álbum, Terra, aos Coliseus. Amanhã e sexta-feira apresenta-se no Porto. No fim-de-semana chega a Lisboa.

"Estes concertos não vão andar muito longe daquilo que a Mariza fez na digressão que apresentou Terra em todo o mundo", contou ao DN o manager João Pedro Ruela. Ao mesmo tempo, a artista, que em Agosto se estreou no Sudoeste, será acompanhada pelos músicos do costume, ou seja: "Ângelo Freire, na guitarra portuguesa, Diogo Clemente, na viola de fado, Marino de Freitas, no baixo acústico, Vicky Marques na bateria e percussão, e Simon James, no piano e no trompete". E ainda haverá um convidado especial, cujo nome não foi revelado, e que vai acompanhar a diva nos quatro espectáculos.

Apesar de chegar, finalmente, às grandes cidades com um espectáculo que já correu o mundo, a intérprete não deixa de estar nervosa. "Está preocupada porque não quer desapontar as pessoas que gostam da sua música no seu próprio país", confirma o agente. No seu entender, estas actuações são importantes porque, apesar de estar há mais de um ano em digressão pelos quatro cantos do mundo, só agora é que a cantora, que não gosta se apelidar de fadista, apresenta Terra no Porto e em Lisboa.

De momento, não há planos para a edição em disco destes concertos, mesmo que, segundo João Pedro Ruela, as actuações sejam gravadas, "como de resto acontece sempre". Não obstante, o agente anunciou que antes do Natal o mercado DVD deverá assistir ao lançamento de um concerto ao vivo de Mariza. "Estamos a trabalhar neste momento na edição de um DVD para este Natal", contou. "Filmámos o concerto de apresentação em Santarém, na Monumental Praça Celestino Graça, e estamos a trabalhar no sentido de editá-lo ainda este ano".

É impossível saber como vão correr os espectáculos nos Coliseus, mas lá fora a mais recente digressão da cantora tem sido um sucesso. Ainda este mês, a tom de exemplo, a vocalista estreou-se ao vivo no Japão, alguns dias depois de ter voltado a esgotar a Opera House de Sydney, na Austrália.

E o exigente público norte-americano também parece rendido à voz da portuguesa. No início de 2009, a cantora deu cinco dezenas de concertos nos Estados Unidos. Agora, meio ano depois, vai passar por várias cidades onde não tocou na altura.

"É, de facto, muito bom. Até porque, no mesmo ano, vamos repetir um concerto em Manhattan". João Pedro Ruela refere-se à actuação no Carnegie Hall, em Nova Iorque, que vai servir de palco à última data desta digressão, a 21 de Novembro. Fizemos o Town Hall no início do ano, agora chegamos ao Carnegie Hall".

Mariza: "Chamarem-me fadista é um elogio"

de Ana Vitória
Jornal de Notícias, 26 de Outubro de 2009

Qual caravela quinhentista, Mariza diz que andou nos últimos sete anos à descoberta e a viajar sem descanso para trazer algo no regresso. É assim que explica o mais recente trabalho, "Terra", lançado no ano passado. Depois de apresentações internacionais que a levaram a diversos países, como a Tailândia, a Austrália ou o Japão, a fadista está de regresso a Portugal para apresentar "Terra" ao vivo, nos coliseus do Porto -na próxima quinta-feira e no dia seguinte - e de Lisboa, a 31 deste mês e a 1 de Novembro. Quando acabar este périplo, terá feito 120 concertos.

Como vão ser os espectáculos?

Baseia-se estritamente no disco "Terra". Tenho-o estado a apresentar em várias salas internacionais, mas ainda não o tinha feito no Porto e em Lisboa. Não será um espectáculo diferente do disco, porque acho que o público português merece ver na integra o que tenho feito nos mercados internacionais.

Quem são os músicos que a acompanharão?
Ângelo Freire, na guitarra portuguesa; Marino de Freitas, no baixo; Diogo Clemente, na guitarra clássica; Vicky, na percussão, e Simon James, no piano e na trompete. E terei Tito Paris como convidado.

Dos fados que tem cantado ao longo dos últimos anos, há algum com que mais se identifique?
Penso que me identifico muito com "Ó gente da minha terra". Apesar de as pessoas acharem que foi a Amália que o tornou famoso, isso não corresponde à verdade. Encontrei o poema num livro e pedi a um amigo, o Tiago Machado, que o musicasse. Acho que este "Ò gente da minha terra" simboliza muito Portugal e os sítios por onde passei. Também esses públicos estrangeiros que me foram ouvir são gente da minha terra. E, depois, há um fado que também adoro, "Primavera", esse, sim, popularizado pela Amália. Desde o primeiro dia que o ouvi que sinto uma ligação muito forte cuja razão não sei explicar.

Quando a Mariza era criança e já gostava de cantar, conhecia os fados de Amália Rodrigues?
Por incrível que pareça, comecei a ouvir Amália muito tarde. Tinha para aí 17 anos. Ia numa rua de Lisboa e ouvi uma voz belíssima que saía das colunas de uma discoteca. Entrei, perguntei quem era que estava a cantar e comprei o disco "Barco negro". Foi o primeiro que comprei com o meu dinheiro.

Qual é a sua memória mais antiga do fado?

Recordo-me de ser criança e de ir para a cama com um "walkman" verde que o meu pai me comprou e onde ele gravava sempre o mesmo fado de ambos os lados da cassete. Ia deitar-me com aquele fado sempre a correr e, no dia seguinte, já o sabia de cor. E recordo-me de ser pequenina e de estar no restaurante dos meus pais e ficar à espera de que me pedissem para cantar. Chamavam-me passarinho. E eu ficava sentada, a brincar com as franjas de um xaile pequenino, à espera desse momento mágico. Para mim, aquilo era importantíssimo. Era a melhor fase do dia.

Continua fascinada com o som da guitarra portuguesa, como lhe acontecia nesse tempo?
Sim. A guitarra é um instrumento imprevisível. Tanto chora quando estamos a cantar um fado, como ri. A forma como responde à voz é sublime. Então, se tivermos um bom executante, como tenho a felicidade de ter, o que acontece o tempo todo é um namoro entre a voz da guitarra e a minha voz.

Refere-se sempre a si própria como cantora. Não incorpora ainda a palavra fadista?
Para mim, chamarem-me fadista é um elogio, porque no bairro onde morei, na Mouraria, quando se chamava fadista a alguém, era uma forma de se elogiar essa pessoa. Ora, não me vou elogiar a mim própria. Não tem sentido fazê-lo.

Neste ano, participou pela primeira vez no Festival Sudoeste. Como foi essa experiência?

Muito engraçada. As pessoas, em Portugal, não têm a noção de que faço muitos festivais no estrangeiro. E, então, ficaram surpreendidas por me verem no Sudoeste. Com tanta expectativa, comecei a ficar nervosa. Aliás, fico sempre muito nervosa antes de um concerto. Mas, ao chegar ao sítio, percebi que a ideia que eu tinha do Sudoeste não estava errada. Aquilo é um bocado o Woodstock dos meus dias. Senti-me em casa. Cantei os temas de "Terra" e correu bem.

Acha que há publicos diferentes?
Sim. Se se assistir a dois concertos meus, em dias seguidos, perceber-se-á que serão diferentes. E isto aontece porque é o público que manda no espectáculo e que, com a sua reacção, determina como ele deve correr. Diria que 50% do que acontece em palco é determinado pelo público.

"Terra" é um trabalho que inclui várias influências, embora o fado esteja sempre presente...
Nos anos de digressões sucessivas pelo estrangeiro, além de levar a minha música, também fui tendo contacto com outras culturas, outras estéticas. É natural que tenha assimilado muita coisa. O disco dá conta dessa minha evolução e dá também essa ideia de viagem, de percurso.

Balsemão entrevista Mariza para os 25 anos da Blitz

de Marina Marques
Diário de Notícias, 24 de Outubro de 2009

A comemorar um quarto de século, a edição especial da 'Blitz' que chega sexta- -feira às bancas revisita os últimos 50 anos da música portuguesa.


"Uma espécie de festa da música portuguesa." É assim que Miguel Cadete, director da revista Blitz, define a próxima edição, que na sexta-feira chega às bancas, um número especial, de coleccionador, com 164 páginas. Isto porque, para comemorar os 25 anos do título, a revista decidiu surpreender os leitores e revisitar os últimos 50 anos da música nacional. Uma entrevista a Mariza conduzida por Francisco Pinto Balsemão e outra a David Fonseca, pelo jornalista de política Ricardo Costa, são duas das novidades apresentadas.

"Para esta edição, queríamos jornalistas que não fossem da área musical, para conseguirmos perspectivas diferentes", explicou ao DN Miguel Cadete. "Como sabia que Francisco Balsemão é fã da Mariza, convidei-o para fazer a entrevista", adiantou. "E, tal como a de Ricardo Costa ao David Fonseca, acho que resultou muito bem. Para além da carreira musical, são abordados aspectos mais pessoais", justificou Miguel Cadete.

A eleição dos melhores discos e das melhores canções da música portuguesa, por décadas, desde a de 60 até à primeira deste século, é outra das apostas para esta edição especial. Estas listas dos melhores, eleitos pela Academia Blitz - constituída por artistas, músicos, editores, agentes, jornalistas e críticos - é contextualizada por artigos de enquadramento para cada uma das décadas. Luís Pinheiro de Almeida escreve sobre a década de 60, José Niza assina o artigo dos anos 70, Miguel Cadete dá a sua visão, enquanto consumidor de música dos 80, Henrique Amaro testemunha a última década do século XX e João Miguel Tavares fala sobre os últimos dez anos da música nacional. O retrato de "alguns dos monstros sagrados" dos últimos 50 anos do panorama musical português é outro dos destaques deste número 41 da revista Blitz. Amália, Carlos Paredes, José Afonso, António Variações, Xutos & Pontapés e Madredeus são alguns dos exemplos.

Com uma edição mais cuidada ao nível da fotografia, Miguel Cadete destaca ainda a publicação de 15 retratos, a preto e branco, de artistas nacionais, realizados pelo fotógrafo Simon Frederik para a exposição By Invitation Only e que agora são publicados pela primeira vez.


Mariza tem mais uma data no Coliseu do Porto

www.blitz.aeiou.pt, 16 de Outubro de 2009

Foi acrescentada mais uma dara à passagem de Mariza pelos coliseus. A fadista vai actuar no Coliseu do Porto a 29 de Outubro, como anunciado, e também a 30 do mesmo mês, revela a Música no Coração.

No Coliseu de Lisboa, os espectáculo acontecem a 31 de Outubro e 1 de Novembro.

No Porto, os bilhetes custam entre 18 euros e 40 euros; em Lisboa, vão dos 20 euros aos 50 euros.

The feelings of life

by John Clewley
Bangkok Post, October 16, 2009


The Portuguese fado star Mariza dos Reis Nunes returned to the stage at the Thai Cultural Centre on October 8 to weave her musical magic with a spectacular show of fado music. Performing in front of HRH Princess Sirindhorn, the world's leading fado singer and her five-member band romped through a set of 17 songs that included traditional and modern fado, morna from Cape Verde and even the jazz standard originally written for Ella Fitzgerald, Cry Me A River. In an interview, Mariza explained that the haunting sound of the fado, which has Portuguese, Arabic, African and Brazilian roots, was originally sung to tell stories about sailors. She is quick to counter the popular notion that fado is a sad music. "Fado is not sad ... fado brings the feelings of life." And in introducing the song Meu Fado Meu (My Own Fado) to the audience she said that the song was about destiny or fate, explaining that, "We are a bit melancholic but not sad. This is a sweet destiny."

Mariza is unusual for a fadista in that she was born in Mozambique in southern Africa - her father is Portuguese and her mother African - and moved to live in the traditional neighbourhood of Mouraria in Lisbon. As her father ran a taverna (the best place to experience fado), she soaked up the ambiance of the fado world from an early age and was singing fado by the age of five. She lived with her family in Brazil for a while and began singing rock, pop, soul and jazz with various bands. Her father was the inspiration for her first album, Fado Em Mim. "He told me that he would come and see me perform when I sang fado, so I started to sing more and more fado. I recorded the first album for my dad," she said. For a fado album at that time, her debut sold an amazing 100,000 copies and launched her careers as a fadista both in Portugal and internationally.

Mariza likes to draw comparisons between fado and the blues and she seems to have followed the old blues adage of not repeating the past but taking the music on, developing it further. "When I started, the fado scene was fixed," she explained, "but the fado I do is my fado, my personality goes into the music more and more. I don't think there are any barriers to music. We shouldn't have taboos."

Her new album, Terra, continues the theme of developing fado, with influences drawn from African, Spanish and jazz. Mariza said that the album is the result of her travels over the past decade during which see has promoted fado around the world. And on stage Mariza brought a bigger band for this tour that augmented the traditional fado triumvirate of Portuguese guitar, Spanish guitar and acoustic bass guitar with drum kit/percussion and piano/trumpet. The addition of the trumpet was a masterstroke, as the muted sound of trumpet complemented Mariza's haunting vocals and the "crying" sound of the Portuguese guitar. Mariza entered the stage in dramatic fashion, wearing a flowing black gown and black opera gloves. She quickly established a rapport with the audience, winning them over with her charming stage manner. She then breezed through a 17-song set that featured two encores. As she sang Mariza moved around the stage using sweeping, dramatic hand gestures. Sometimes she moved to the front of stage to sing softly to those lucky ones sitting in the front row. Throughout the performance, the Portuguese guitar followed and answered Mariza's haunting voice with its unique "crying" tone. Just how the guitarist could be that good at the age of 20 is a mystery to me, particularly given that a fado singer or musician must learn a repertoire of 300 songs.

I liked each song performed but if I had to pick standouts from this show, it would have to be Mariza's own personal favourite, Primavera, in which her powerful extraordinary voice moved through a melancholic intro to a dramatic, emotional crescendo that left everyone in the audience breathless. I also liked the stirring instrumental Guitarra, which had me thinking of the "Harry Lime theme" from the movie, The Third Man. But the best was left until last. For the second and final encore, Mariza turned off the microphones and electric pickups and put a chair at the front of the stage for two guitarists to rest their legs. "Imagine you are in Lisboa," she said, "You see a taverna and as you enter the fado begins ..." She then proceeded to fill the hall with her voice and the musical magic that is fado. I said of her show three years ago that it was one of the best concerts I'd seen in Bangkok. Well, this one was even better.





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Mariza, the Portuguese Ambassador to Thailand, H. E. António de Faria e Maya and his wife Madame Maria da Piedade de Faria e Maya

Mariza participa em Tributo a Amália

www.digitaldevizela.com, 12 de Outubro de 2009

No ano em que se assinala o décimo aniversário do falecimento de Amália Rodrigues, o Multiusos de Guimarães recebe um espectáculo único em que a grande diva do fado será homenageada.

Mariza, Rui Veloso, Paulo de Carvalho, Carminho e Ricardo Ribeiro cantarão os grandes sucessos de Amália, numa grande produção da Audioveloso. “Estranha Forma de Vida”, “Barco Negro”, “Povo Que Lavas no Rio”, “Casa Portuguesa”, “Gaivota” e tantos outros êxitos da consagrada fadista farão parte do espectáculo, único e imperdível, agendado para o dia 5 de Dezembro (22 horas).

Os bilhetes custam 25 euros (plateia Vip) e 20 euros (plateia e bancadas), podendo ser adquiridos no Multiusos de Guimarães e em www.ticketline.pt e www.ctt.pt.

Mariza em Torres Vedras

www.alvorada.pt, 11 de Outubro de 2009

As Festas da Cidade de Torres Vedras, que decorrerão de 24 de Outubro a 11 de Novembro, vão abrir com chave de ouro: um grande concerto de Mariza no dia 24 de Outubro, às 22h00, no Pavilhão Multiusos da Expotorres (Torres Vedras), no qual interpretará temas do seu álbum “Terra”.

Em apenas sete anos, Mariza conquistou, à força de alma, disciplina e trabalho, o estatuto das grandes cantoras universais - Amália, Piaf, Elis, Ella, Garland e mais uma mão-cheia de mulheres a quem basta um nome para reconhecimento imediato.

“Terra” é o primeiro disco de um novo ciclo, a primeira obra de uma respiração diferente. A digressão mundial é argumento para a maior tour de sempre um artista português na América do Norte. O disco mereceu duas nomeações para os Grammy Latinos para “Melhor Álbum Folk” e “Melhor Produtor” para Javier Limon. Foi também considerado um dos 10 melhores discos do ano 2008 pelas publicações Uncut, The Times e Songlines que apelidam este trabalho de “brilhante”.

Os bilhetes para assistir a este concerto estão à venda, por 10 e 15 euros nos seguintes locais: Postos de Turismo de Torres Vedras e Santa Cruz; Lojas FNAC: Colombo, Chiado, Cascais Shopping, Almada e Vasco da Gama; Arena Shopping; e, no local, no dia do espectáculo, a partir das 15h00.

Furacão Mariza atinge Banguecoque

de Miguel Castelo Branco
www.combustoes.blogspot.com, 8 de Outubro de 2009


Foi uma enchente digna de memória. O Centro Cultural da Tailândia recebeu hoje com grandes aplausos Mariza. Muitos portugueses residentes nos países circunvizinhos vieram à Tailândia unicamente para ouvir o fado. A sala, enorme, quase esgotou, e raros foram os assistentes que ousaram abandonar o espectáculo.

A barreira da língua já não é, decididamente, óbice para a internacionalização da cultura portuguesa. Mariza pensa grande e não teme a concorrência do duvidoso merchandising americano, pelo que cheia de confiança ousou defrontar vitoriosamente o monopólio que a língua inglesa detém neste país desde o século XIX. O segredo é, sem dúvida, a qualidade da cantora, o seu repertório aliando o antigo ao novo, a soberba orquestra e guitarristas que a acompanham, o décor à Fritz Lang, a opulência do trajo, a promoção bem feita junto de jornais e televisões. Esta é a verdadeira diplomacia cultural, sem inibições, com risco calculado e sem mácula de amadorismo.

Os embaixadores de Portugal, satisfeitíssimos, tiveram ainda a adicional alegria de receberem a princesa Maha Chakri Sirindhorn, que ofereceu à fadista portuguesa, na pessoa do Embaixador Faria e Maya, um enorme ramo de flores. Em frente do grande auditório, dúzias de automóveis embandeirados eram testemunho da comparência em peso do corpo dioplomático acreditado na Tailândia. Hoje foi um dia grande. Que venham outros.

A goddess celebrates the beauty of her voice and music

by John Shand
The Sidney Morning Herald, October 7, 2009

"I feel like a queen,'' cried Mariza as the audience stood to applaud before her first encore. But she was selling herself short. She looked and sounded more like a goddess. This, the Portuguese singer's third visit to Sydney, was another celebration of beauty – her own, her voice's, the music's and that of the presentation. A slight expansion of Mariza's musical horizons beyond her homeland's traditional fado included the periodic addition of piano, trumpet or drums to the usual accompaniment of Portuguese guitar, classical guitar and acoustic bass guitar.

But the changes were cosmetic, in as much as the heart of her art remains fado and the concert's towering moments came when she poured her magnificent voice into the crucible that is a song such as O Gente Da Minha Terra (by her great predecessor Amalia Rodrigues) and then lit a fire beneath it. Such riveting drama also erupted in Morada Aberta and Primavera (Spring), when her voice was such a force of nature as would thaw the coldest winter.

This rich contralto is one of the great instruments of contemporary music. Impossibly soft notes suddenly flared into a vast sound that arched up to the Concert Hall's domed ceiling and threatened to overwhelm us. Nor was this some sound engineer's sorcery. As on her previous visits, Mariza sang one encore without a microphone, and her voice was still mighty in that cavernous space.

Flaws? Cry Me a River, the only song sung in English, did not match the unforgettable Summertime of her first visit and was not helped by overly fussy drumming. She had, once again, a fine band, however, with Angelo Braz Freire creating exquisite commentaries and counterpoints to her voice on the sparkling Portuguese guitar. And perhaps the show has lost an emotive edge here and there as Mariza has grown more confident and much more playful as a performer. Why, she even sang a few funky bars of James Brown's I Feel Good. So did we.

Fado is no passing fad but don't fence Mariza in

by John Shand
Brisbane Times, September 30, 2009


She looks like a Vogue cover sprung to life. From her mouth pours sonic dark chocolate with double cream. Dressed to kill and combining the flexibility of the best jazz singers with the passion of opera divas, Portugal's Mariza ticks all the boxes. But don't try confining her to one. She may have sprung to fame as a singer of an intensely poetic, 200-year-old strain of Portuguese folk music, fado (fate), but at 35, after five acclaimed albums and two unforgettable Australian tours, Mariza would like to be accepted as more than that. ''In some ways I feel very proud because I'm trying to serve the culture of my country,'' she says, giving the impression of a feisty personality tempered by having to speak English. ''Fado is a music which is in certain ways the soul of the Portuguese people. But it's music. So I'm a 'singer'. I don't sing only fado. I sing music. ''Recently I've been working with so many different artists. I did a concert with Lenny Kravitz; I worked with Sting; I worked on this record [her most recent, Terra ] with Dominic Miller and Ivan Lins. I've worked with [Cuban pianists] Chucho Valdes and Gonzalo Rubalcaba. There are too many musicians that I've been working with to just be called a fado singer.''

Some have tried to attribute Mariza's musical diversification to being born in Mozambique to a Portuguese father and a Mozambican mother. But by the age of three she was already ensconced in the Lisbon suburb of Mouraria, which spawned fado in the early 1800s and was still alive with the music in the 1970s. Mariza's parents owned a restaurant where fado singers performed every Sunday, and by five she was joining in. In those awkward mid-teen years she rejected the traditional music as ''uncool'' and chased a career singing bossa nova, jazz and funk in bars and casinos. But fado stayed in her heart and she had returned to it by the time her great predecessor, Amalia Rodrigues, died in 1999, prompting a resurgence of interest in the genre that swept Mariza to popularity. This coincided with an acceleration of the world-music bandwagon; and Mariza's appeal echoed around the planet.

Whatever the fortuitous elements in her success, they are far outweighed by the elegance and emotional king-hits of her performances. She does not write songs - ''I don't have that gift, unfortunately'' - but she makes them her own and when one reads the lyrics in translation, the beauty of the poetry is striking. ''Since the beginning I tried to find poems that expressed my way of seeing life and my way of living,'' she says. ''Singing for me is always a celebration. Being on stage is the most wonderful thing that could happen to me.

''I think being an artist is a little bit being selfish. Of course it's giving and receiving, but for the person who is singing it's just such a big pleasure. What I try to do is transmit that happiness that I have when I'm on stage - transmit all the feelings - because fado is a music which explores the feelings of a human being. And life is not only happy or sad; we have all the feelings to explore, like happiness, longing, jealousy, love, lost love, so many things.'' Mariza can make emotions transcend the language barrier and live in the music alone. ''Music is a kind of religion,'' she says. ''If you imagine people who don't speak for many years - people who are enemies for many reasons - sometimes they could listen to the same music and they are in connection.''

Mariza performs at theOpera House on Monday.